Clínica Dom Guanella

Parar de Fumar é Possível

Qualquer fumante sabe que abandonar o cigarro é uma medida fundamental para melhorar a sua qualidade de vida, evitar doenças e viver mais. Mas essa é uma missão desafiadora para a maior parte dos tabagistas. Uma pesquisa da Unifesp mostrou que nove em cada dez fumantes gostariam de largar o cigarro, sendo que a maioria (63%) já tentou fazê-lo, sem sucesso. Atualmente, 15,6% dos brasileiros com mais de 14 anos são fumantes.

Por que as pessoas fumam?

A nicotina, presente em qualquer derivado do tabaco é considerada droga por possuir propriedades psicoativas, ou seja, ao ser inalada produz alterações no sistema nervoso central, trazendo modificação no estado emocional e comportamental do usuário que pode induzir ao abuso e dependência.

O que é a Síndrome de Abstinência?

Quando o fumante pára de fumar, pode apresentar alguns sintomas desagradáveis, tais como: dor de cabeça, tonteira, irritabilidade, agressividade, alteração do sono, dificuldade de concentração, tosse, indisposição gástrica e outros. Esses sintomas caracterizam a síndrome de abstinência da nicotina, porém não acontecem com todos os fumantes que pararam de fumar. Quando acontecem, tendem a desaparecer em uma a duas semanas (alguns casos podem chegar a 4 semanas). O sintoma mais intenso, e mais difícil de se lidar, é a chamada “fissura” (grande vontade de fumar). É importante saber que “fissura” geralmente não dura mais que 5 minutos, e tende a ficar mais tempo que os outros sintomas. Porém, ela vai reduzindo gradativamente a sua intensidade e aumentando o intervalo entre um episódio e outro.

Fazer tratamento médico

Tabagismo não é um hábito, é uma doença cerebral crônica e precisa ser tratado como tal. Parar de fumar por conta própria pode ser difícil por causa dos sintomas ligados a abstinência da nicotina. O fumante pode ficar com a falsa ideia que o problema é só dele, e que ele tem que resolver sozinho. Quando tiver a tal “força de vontade”, que as vezes nunca aparece, ou quando aparece, já se foram 30,40 ou 50 anos de cigarro, e, se perde um tempo precioso para a prevenção de doenças provocadas pelo fumo. Ninguém manda um diabético se tratar sozinho, ou mesmo um hipertenso. A ideia é que o fumante seja avaliado pelo médico e este elabore a estratégia terapêutica, que pode envolver muito mais que abordagem comportamental, que é somente a ponta do iceberg.  O acompanhamento médico (4 a 5 consultas) e o uso de medicação para tratamento do tabagismo aumentam em 3 a 5 vezes chance de parar de fumar, e reduz chance de recaída precoce e ganho de peso.

Apoio medicamentoso

O uso de medicamentos tem um papel bem definido no processo de cessação do tabagismo, que é o de minimizar os sintomas da síndrome de abstinência à nicotina, facilitando a abordagem intensiva do tabagista. Medicamentos não devem ser utilizados isoladamente, e sim em associação com uma  boa abordagem. dessa forma, o tabagista sente menos ânsia ao parar de fumar, e se sente mais confiante para por em prática as orientações recebidas durante as sessões da abordagem intensiva.

 

Dr. Carlos Antonio Villanova MD. PhD. ACCP – CRM 17.338

Doutorado em medicina Respiratória – UFRGS

Consultor em Pneumologia Sanitaria – SES/RS

Pneumologista do Serviço de Doenças Pulmonares da Santa Casa

 

 

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